A Morgadinha dos Canaviais por Júlio Dinis
Desde de pequena que me lembro do meu pai falar n' As pupilas do senhor reitor e n'A Morgadinha dos canaviais. Sempre tive curiosidade em saber do que tratavam estas histórias, clássicos da literatura portuguesa, mas a verdade é que só aos 26 anos é que calhou finalmente ter encontro com uma das suas obras.
Há uma grande tendência para ligarmos apenas às novidades, mas de vez em quando gosto de quebrá-la e, sabe bem ler outras palavras, temas e tempos. O que mais acho graça é que, na sua maioria, estes clássicos acabam por ter um grande cunho atual, que não deixa de ser fascinante e muito diz sobre o ser humano e a sua evolução. Não é, por isso, de estranhar o tempo que demora a conseguir mudar ideologias e tradições.
Ainda que não seja de todo o melhor livro que li, não deixa de ser um pitoresco clássico com uma grande semelhança aos tempos modernos no que toca à política, com personagens características e engraçadas, que de certa forma me fez lembrar certos jeitos e tradições das minhas avós e foi, por isso, bastante agradável de ler. Acaba por ter o seu toque de romance básico, nunca se tornando demasiado exaustivo em descrições ou pormenores.