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Histórias de Livros

"Os livros são espelhos: só se vê neles o que a pessoa tem dentro." Carlos Ruiz Zafón

"Os livros são espelhos: só se vê neles o que a pessoa tem dentro." Carlos Ruiz Zafón

Histórias de Livros

16
Ago19

O pintassilgo por Donna Tartt

Provavelmente o livro que demorei mais tempo a ler. 

Foi-me dito que era um livro especial, diferente. Fiquei curiosa pelo tipo de história que apresentava, parecia ter pano para mangas para muita ação e pelo número de páginas acreditei que teria. Cerca de um mês e meio depois de o ter começado, posso dizer que não sei muito bem o que me aconteceu, o que é que achei. É um livro imenso, não é só o ter muitas páginas, mas a própria narrativa ser densa. Houve partes que me aborreceu, páginas e páginas com diálogos tal e qual como uma conversa de amigos seria. A verdade é que fiquei presa à história e fui voltando. Se demorei tanto a ler foi mesmo só porque não me agarrava o suficiente para o querer ler todos os dias, mas o suficiente para me manter. Quem é afinal Theodore Decker? Como é que a sua história vai acabar no meio de uma infância tão tumultuosa?

Nem a história e o seu desfecho são particularmente chamativos, nem os personagens são peculiares ou extremamente interessantes. Acabei por criar alguma empatia com o Theo, por ser um miúdo, acompanhar a sua infância e a história terminar com ele na mesma faixa etária que eu. Contudo, as pequenas mensagens que se vão encontrando pelo livro são tão duramente reais, que acho que é isso que nos mantém ligados.

 

Sem fazer spoilers deixo aqui um excerto do livro que para mim resumiu bem toda a mensagem:

"Como sabemos o que é correto para nós? Todos os psiquiatras, orientadores vocacionais e todas as princesas da Disney sabem a resposta: "Sê tu mesmo/a". "Segue o teu coração." Só que aqui está o que eu realmente gostava que alguém me explicasse. E se por acaso se tiver um coração em que não se pode confiar? E se o coração, pelas suas próprias razões incompreensíveis, nos afastar propositadamente e numa nuvem de radiância inefável da saúde, da domesticidade, da responsabilidade cívica, das relações sociais fortes e de todas as virtudes comuns mornamente defendidas e nos impelir diretamente para um belo clarão de ruína, autoimolação, desastre?" 

E pelo meio de uma história longa, dura, por vezes até aborrecida, encontrar estas questões tão bem colocadas, foi o que fez o livro valer a pena.

 

Vai para a estante das leituras duras, mas necessárias. Curiosa por passar ao próximo desta escritora, mas não para já. Agora seguir para algo diferente e mais leve!

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