O dia em que perdemos a cabeça - Javier Castillo
Não venho falar deste livro no auge da sua fama, mas ainda bem. É bom deixar repousar os ânimos para ver o que fica depois de uma grande publicidade.
Durante algum tempo acho que este livro foi as Kardashians, o Cristiano Ronaldo, dos livros. Estava destacado em tudo o que fosse superfície comercial que vendesse livros. Esta grande agitação não era totalmente injustificada. O dia em que perdemos a cabeça foi dos livros que me ofereceu mais energia desde a primeira página. Não conhecia o autor e li apenas por empréstimo e recomendação de uma amiga.
Os curtos capítulos com várias ações a decorrerem simultaneamente, em tempos e espaços diferentes, causaram em mim uma dependência na leitura da história. Tive rapidamente de chegar ao final porque Javier Castillo fez algo extremamente importante enquanto escritor: manteve o leitor (esta leitora) com os olhos colados às páginas.
Contudo, o final ofereceu-me uma enorme derrapagem. Se o início foi como dar um salto de paraquedas, o final assemelhou-se a uma viagem de carrossel para menores de 12 anos. Senti uma história que se alimentou bem ao longo de vários capítulos, a terminar de forma algo forçada com necessidade de deixar demasiadas perguntas em aberto para captar público para um próximo livro. Se por um lado compreendo esta necessidade de querer dar continuidade à história, por outro não fiquei minimamente satisfeita com o desfecho que deram a este capítulo (se é que haverá realmente continuação).
Aguardo então a dita continuação na esperança de que a história tenha o fim que merece.
ps. Houve continuação O dia em que perdemos o amor e para mim, não fez juz ao primeiro livro.