Carlos Ruiz Zafón e o Cemitério dos livros esquecidos
São quatros livros. Quatro histórias relacionadas, mas que podem ser lidas individualmente. A sombra do vento, O jogo do anjo, O prisioneiro do céu e O Labirinto dos Espíritos. Porque sou uma alma atormentada e tenho um leve transtorno obsessivo-compulsivo, tive de seguir a ordem que indiquei, a ordem pela qual eles foram surgindo. Comecei no ano passado e terminei este ano. Gosto de deixar as histórias respirarem e ver como o mesmo autor me faz sentir passado algum tempo. Ainda me surpreende? Ainda me capta a atenção ou perdi o interesse?
Tomei conhecimento deste autor por um amigo no Goodreads. Julgo que ele já ia no terceiro e o título chamou-me à atenção. Mais ainda quando li a sinopse. Confesso que quando as coisas me parecem ter muita mística à mistura fico um pouco de pé atrás, mas resolvi arriscar.
A sombra do vento foi uma leitura arrebatadora. São histórias de amor que se vivem nestas páginas dos quatro livros, mas o enredo criado à sua volta, o contexto histórico e os surpreendentes rumos e desfechos de cada personagem, a forma como tudo se enquadra e faz sentido no final, aliados a uma escrita leve e bonita e à forma surpreendente como Zafón cria quatro histórias independentes que se entrelaçam e encontram a certo ponto, torna a sua leitura uma viagem maravilhosa.
Foi uma ótima experiência e, sim, é de facto possível ler apenas um dos livros e perceber. Cada um tem princípio, meio e fim. É possível também ler aleatoriamente, mas pessoalmente acho que o enredo ganha uma maior dimensão quando lidos como se de uma sequência se tratasse, a sequência que o autor escolheu para nos dar a conhecer cada pormenor no tempo que considera certo.